Tudo isto é tão...confuso.
Se ao menos houvesse um mapa, uma voz que dissesse "segue este caminho,"... Mas andamos às escuras. Sempre às escuras. Às vezes um rasgo de intuição, talvez até de "previsibilidade" nos anuncia o que vem a seguir, o que devemos fazer a seguir.
Bom, acho que esta incerteza até torna as coisas, a vida mais emplogante. Mas mesmo assim gostaria de ter uma daquelas bolas de cristal fabulosas escondida no meu armário, onde pudesse ver qual o melhor caminho a tomar e se um dia conseguirei chegar onde eu quero. Talvez, se eu conseguisse realmente, isso me incentivasse a ser um bocadinho mais optimista. Mais do que já sou. Muito mais do que já fui.
Apesar de me sentir levemente desnorteada, não consigo evitar sentir-me abençoada. Depois de tantas coisas más, de tanta desesperança e tristeza, sinto-me tão...iluminada. Não sei porquê. Talvez depois de tanto tempo, eu tenha percebido que há algo de imenso valor na vida.
Oh, mas peço desculpa a mim própria por estar a ser tão sensivel. Não consigo evitar...
Sinto-me, talvez, como um poeta. Não que tenha jeito para isso. Não. Sinto-me como se acabasse de ter escrito o meu primeiro grande poema. Aquela felicidade, depois de tanto tempo à procura das palavras certas, da métrica correcta...do que se quer dizer, exprimir. É como se depois de tanto desgosto por não conseguir pôr cá fora uma face da alma, como queria, a própria alma se materializasse à minha frente, naquele pequeno pedaço de papel. Como se todo o esforço já não significasse nada. O poema nasceu, a obra começou! Quero dizer, algo mudou e a vida se revelou perante mim. É compreensivel? Bom, não sei explicar melhor.
A ausência foi apenas sentida levemente no mundo real. Nunca estive ausente de mim.
O futuro é bom como é: por descobrir.